Evaristo Alves, colega da ETFMG
Evaristo Alves
A intenção deste projeto é registrar a trajetória dos colegas da Turma de Química da ETFMG. Neste post, destacamos Evaristo Alves, cuja linda história me emocionou ao editar. O propósito é reunir memórias de cada colega para formar um legado coletivo, que celebre nossas amizades e a essência do nosso grupo.
A trajetória de Evaristo
Evaristo Alves Belo, um dos notáveis alunos da Turma de Química da Escola Técnica Federal de Minas Gerais (ETFMG), período de 1973/1975 representa um testemunho vivo do poder transformador da educação.
Nascido em Belo Horizonte, em um contexto de dificuldades e limitações, Evaristo traz à tona as memórias de sua infância no bairro João Pinheiro, uma área carente, sem infraestrutura e repleta de desafios. Desde cedo, seus pais, Aguinaldo e Divina, enfatizaram a importância do estudo, abrindo caminho para um futuro que parecia distante.
A escolha pela educação técnica foi uma decisão estratégica em meio a um cenário em que a formação acadêmica era um luxo para poucos. Com o apoio financeiro do pai para cursar um preparatório, Evaristo dedicou-se com afinco à seleção da Escola Técnica, onde vislumbrou não apenas um futuro melhor, mas uma verdadeira paixão pela Química. O ambiente familiar e respeitoso da escola, moldaram sua formação não apenas técnica, mas também ética e social.
O relato de Evaristo destaca a relevância de uma educação que vai além do conteúdo. A interação com professores e colegas, a vivência em um ambiente que incentivava o respeito mútuo e o crescimento pessoal, contribuíram significativamente para sua formação. O respeito e a amizade cultivados na escola eram reflexos de uma comunidade unida em busca do conhecimento e da excelência.
Após a formatura, a trajetória de Evaristo continuou a ser marcada por desafios e conquistas. O estágio na Cauê e a busca por uma graduação em Engenharia Civil ilustram sua resiliência e determinação. Mesmo diante das dificuldades, ele nunca perdeu de vista o valor da formação técnica que o havia preparado para o mercado de trabalho.
A experiência de Evaristo é um lembrete poderoso de que a educação é um pilar fundamental para a transformação social. Seu caminho, repleto de superações e aprendizados, é uma inspiração para jovens que enfrentam adversidades semelhantes. Hoje, ao refletirmos sobre sua jornada, reconhecemos que cada esforço na busca por conhecimento tem o potencial de mudar vidas e comunidades inteiras.
Assim, a história de Evaristo não é apenas uma narrativa pessoal, mas um chamado à valorização da educação como instrumento de mudança. Que possamos sempre lembrar que, como ele, muitos ainda estão à espera de oportunidades que podem ser geradas através do ensino, do respeito e da solidariedade. Que a sua trajetória continue a inspirar novos alunos e a fortalecer a crença de que o conhecimento é, de fato, a chave para um futuro melhor.
Time dos Amigos
Na memória afetiva dos estudantes da Escola Técnica Federal de Minas Gerais (ETFMG), a amizade entre Evaristo, Zé Gonçalves, Jairo e Thales foi reforçada com a formação de um time de futebol. Naquela época, o termo "preto" era amplamente utilizado para se referir às pessoas de cor, e foi assim que surgiu o Time dos Pretos.
A proposta de criar o time nasceu da vontade de juntar amigos, e assim, Evaristo, Zé Gonçalves, Jairo e Thales se uniram para dar vida ao projeto. Para completar a equipe, convidaram Fischer, um talentoso aluno do curso de Eletrônica, reconhecendo que ele traria um diferencial em campo. Enquanto Jairo e Thales eram jogadores medianos e Zé Gonçalves lutava para encontrar seu ritmo, Evaristo se destacava como um jogador promissor. Com a presença de Fischer, considerado um verdadeiro craque, o time ganhou força e passou a se destacar nas competições internas.
Os treinos eram realizados toda sexta-feira à tarde, em um horário fixo que permitia o entrosamento entre os jogadores. A rotina de treinos fortalecia laços e promovia um ambiente de camaradagem. As disputas com outros cursos e até mesmo contra os professores se tornaram momentos marcantes, onde a rivalidade saudável e o respeito mútuo se encontravam em campo. Um jogo memorável contra o time dos professores, onde o professor Crepaldi, com seu estilo peculiar, desafiava os jovens jogadores, é lembrado com risos e nostalgia.
Após as sessões de treinamento, a confraternização em um boteco próximo, com cachacinha e limão, reafirmava os laços de amizade que se formavam não apenas na quadra, mas também fora dela. Essa convivência reforçou o espírito de equipe e a união entre os colegas, mostrando que o futebol era muito mais do que um esporte; era um catalisador de relações e uma maneira de expressar suas vivências e anseios.
Evaristo, com seu talento notável, não só brilhou no futebol de salão, mas também fez parte da seleção da escola, destacando-se em corridas de 100, 300 e 400 metros. As medalhas conquistadas, guardadas com orgulho, simbolizam o esforço e a dedicação de um jovem que soube, através do esporte, construir uma rede de amizade sólida e duradoura.
Assim, a história de Evaristo e seus amigos ilustra como o futebol pode ser um elo de união, um espaço de inclusão e um terreno fértil para a construção de laços que vão além do campo. Em tempos em que a diversidade e a amizade são mais necessárias do que nunca, essa memória serve como um lembrete do poder do esporte na formação de comunidades e na celebração da amizade.